segunda-feira, 14 de maio de 2012

Nada de "coitadismos", mas eu preciso registrar que tudo o que fiz na vida foi pra ser uma "mulher possível", uma mulher viável, que pudesse ser feliz com todas as limitações impostas por fatores diversos - alguns cruéis, outros necessários.

Me tornei, por exemplo, uma mulher imune a vaidades do tipo "fazer o cabelo", "fazer a unha", "fazer depilação", "fazer balayage", "fazer limpeza de pele", "me maquiar", "fazer qualquer tipo de tratamento de beleza" ou outra coisa parecida. Tudo porque, eu correria o risco de gostar dessas coisas e passar a achá-las necessárias pra minha vida, o que me tornaria muito infeliz. Nunca tive grana pra fazer essas coisas de mulher - e como não tenho talento, sequer destreza pra vaidades como pintar a própria unha, forjei uma mulher que não precisa desses cuidados, desses atrativos... Ok... não sou linda pra poder dispensar "reforços" pra me tornar mais atraente, mas era o que dava pra ser. Então fui; sou ainda, na verdade. Só há dois anos me rendi à tintura do cabelo e me irrito de dois em dois meses com isso... Consegue imaginar uma mulher de classe média, com curso superior, que nunca tenha passado um creme anti-rugas à beira de completar 50 anos? E uma que não pinte a unha ou se depile? Pois é... sou eu... e olha que não sou mulher-gorila... sou apenas "mulher possível", como disse no início.

De adolescente criada na zona sul que nunca conseguiu acompanhar nenhuma moda - só tinha roupa da moda depois que a moda passava, e minhas primas ricas enjoavam das roupas.. rs - me transformei numa mulher que tem seu próprio estilo. Não que esse estilo seja algo que vá parar nas páginas do caderno Ela ou em programa do GNT. Xiiii... acabo de me lembrar da Adriana Calcanhotto que foi banida dos cadernos de cultura durante um tempo depois que lançou a música "Senhas", que falava dos "modernos e seus Segundos Cadernos" e que ela nunca mais cantou em show e, provavelmente, nem no banheiro. O que lamento muito porque amo os versos "Eu gosto dos que têm fome, dos que morrem de vontade, dos que secam de desejo, dos que ardem..."

Mas, voltando às possibilidades dessa mulher que tá longe de se fazer de "pobrezinha", um dado interessante na minha personalidade é que eu - passional, apaixonada por natureza, amorosa e desenfreada e nada econômica em sentimentos - nunca tenha sofrido por amor não correspondido. Já sofri por amor, sofro ainda, mas por um amor em que eu acredite, em que eu possa ser correspondida. Amor não retribuído só me arrancou alguns baldes de lágrimas, o que, diante da minha personalidade, são gotículas no oceano! Romântica que sempre fui, se eu amava um cara e ele não me amava, ele não era o meu príncipe encantado. E se esse era o fato, não havia por que me desesperar já que havia sempre uma possibilidade ali adiante de beijar um sapo e ele virar príncipe. O que não me livrou, claro, de beijar muitos sapos de impossíveis transformações... rsssssss...

O que eu queria registrar é que até hoje não sei o quanto a gente pode mudar, se acomodar, se resignar, aceitar, usar o "pollyanismo" (quem leu "Pollyana na adolescência vai entender... rs) pra ser feliz, sem que essa felicidade seja ilusória, falsa ou inconsistente. Ainda não sei dizer se sou feliz ou não, apesar de momentos de sufocante felicidade. É que sempre há outros de profundas desesperanças e frustrações...

Eu comecei a escrever isso com endereço certo, era um e-mail, mas comecei a divagar e ficou maior do que eu imaginava... o que fazer com isso agora? Como meu verbo preferido é - sempre foi - "compartilhar" (só agora estou na moda! rs), resolvi compartilhar com vocês... mas vou continuar a escrever sobre isso... falar e/ou escrever é sempre um caminho pra se encontrar uma resposta, né?


4 comentários:

Marcos disse...

Você nunca foi dada a coitadismos. Mas sempre foi uma força que não só a mim, sempre surgiu como uma beleza única. E, quando os momentos não eram de sufocante felicidade, lá vinha você, como a própria fênix.
Ressurgia das cinzas e, com elas se fortalecia na sua beleza singular, única que conquista não só homens apaixonados mas qualquer pessoa que tenha o privilégio de conviver com você.
Posso falar por mim, posso falar de cadeira. Você é a mulher mais apaixonante que conheci. Se por algum motivo não consegui fazer a curva do destino, foi por pura impericia minha.
Mas não precisei acionar o seguro. Não mesmo. Não foi perda total. Aprendi com você mesma que a gente não joga amores fora. A gente troca esses amores. Hoje tenho o orgulho, a honra de ter você como parte da minha familia.
Uma amiga, uma irmã, uma pessoa a quem vou amar só pra sempre. Um amor novo que se renova a cada dia. Uma vez li que a gente não escolhe os parentes.
Em contra partida os amigos são parentes que escolhemos. Então saiba, Carlinha, você é com toda certeza do mundo, com toda transparência de alma, de coração a minha melhor escolha.
Agradeço a Deus, todos os dias, a oportunidade de ter vivido ao seu lado e, de continuar a viver com um amor novo, renascido, forjado na sinceridade, no reconhecimento, na gratidão, no respeito, na adimiração e em tudo de bom que vc representa.
Você deve ter aprendido com o Xisto(acho que só nós lemos isso quando criança...rsrs) todos os segredos do livro, todas as magias brancas para continuar esbanjando luz, beleza, calor, amor a quem te rodeia.
Sempre com a preocupação de proteger a todos sob suas asas, vc se tornou especialista em "compartilhar" e mais, você agora que está na moda, tem o ícone de "Curtir" mais clicado do mundo.
Graças a deus e a vc posso encher o peito, a boca, o coraçaõ e gritar aos quatro ventos que tenho a melhor amiga que alguém poderia ter.

Amo você, Carlinha! De conforça!!!

Beijo grande,

Marcos

Carla Paes Leme disse...

vc imagina o quanto eu estou chorando de emoção, né? rs

Lowfill Tarmak disse...

Tempo sem passar por estas terras, más nao posso mais que concordar com Marcos:
"Sempre com a preocupação de proteger a todos sob suas asas, vc se tornou especialista em "compartilhar" e mais, você agora que está na moda, tem o ícone de "Curtir" mais clicado do mundo."

Eu tenho sido abencoado tamben de estar abaixo de suas asas e me sento muito afortunado por isso.

Carla Paes Leme disse...

Diego querido, nãos ei como seu comentário ficou perdido... não li na época em que vc escreveu, mas saiba me emocionou e vai emocionar sempre que eu o ler de novo. Obrigada por sua amizade eterna. Sabe que vc tem meu colo, né? bjsssss