segunda-feira, 14 de maio de 2012

A gente vai lembrando...

"... a gente vai levando, a gente vai dourando essa pílula..."

Mais uma possibilidade estabelecida pela "mulher possível": Sempre amei viajar e nunca tive grana pra isso. Mas inventei que era possível viajar sem dinheiro e me divertir (que abuso!), e, creiam, pasmem, consegui! rssssss

Ia acampar no fim de semana sem um puto no bolso... pegava trem, carona, carregava peso nas costas por léguas, tudo pra comer miojo, fazer números 1 e 2 no mato, dormir no abafamento da barraca, mas nos braços do amado. Valia a pena.

Ia pra Salvador, ficava em república de estudante, dividindo colchonete com um, dois colchonetes pra cinco... fazendo apenas uma refeição decente por dia (leia-se PF, o famigerado prato feito com feijão, arroz, bife, macarrão e/ou ovo), pulando carnaval sem parar, sem uma gota de álcool (o dinheiro só dava pra comprar saquinho de água - nem parava pra pensar de onde vinha a água, mas meus anjos da guarda sempre trabalharam bem... rs)

Ia pra Recife, ficar na mordomia da casa da amiga, mas na volta, embarcava num ônibus quentão pra encarar 42 horas de viagem, só com a grana do ônibus da rodoviária até em casa no bolso. Comia bolo da senhorinha do lado, bananas do cacho dos marinheiros simpáticos, leite com nescau e sanduba na conta dos motoristas da São Geraldo (todos solidários com aquela menina doida que viajava sem dinheiro, numa época em que as pessoas faziam as coisas de graça, sem esperar retribuição de qualquer espécie - incrível, mas já existiu esse tempo em que não era preciso dar nada em troca, se é que vocês me entendem...).

Lembro que sempre que ia pra estrada nas minhas jornadas de "tarifa ultra-econômica", sempre levava um empadão da Voinha pra comer durante a viagem. Era bom demais!

Hoje, com a idade, não aguento mais ficar em barraca de camping abafada, nem viagem de 42 horas de ônibus (as varizes entrariam em colapso), mas ainda recebo contribuições... na viagem que fiz pra Israel - generosidade dos manos Betina e Sérgio -, ganhei de presente de aniversário - comemorado na parada em Paris (pobre chique é ainda mais chique!) - um saco de dinheiro graças à vaquinha promovida por doidas como Élida e Marisa, atendendo à sugestão do cubano José Gustavo. A galera foi generosa comigo... Tinha reais, dólares e até euros! (pobre com amigos chiques é mais chique ainda!)

Pois é... sou "viajante possível" tb! Na impossibilidade de ir pra Europa de novo, vou pra Buenos Aires com meu querido e vai ser bom demais! Depois eu falo das economias possíveis dessa viagem... rsssss

2 comentários:

Jornal Portobello disse...

"...numa época em que as pessoas faziam as coisas de graça, sem esperar retribuição de qualquer espécie - incrível, mas já existiu esse tempo em que não era preciso dar nada em troca..."
Minha querida amiga, como eu tenho saudades dessa época, meu ainda acredito que seja possível praticar nos dias de hoje.
Adorei ler estas palavras.
Beijão.
Carlos Alberto (DickDF)

Carla Paes Leme disse...

Tb acredito, querido... e creia, não somos os únicos... bjsssssssssss